Você já parou para realmente ouvir o silêncio? Não falo daquele silêncio tenso e desconfortável que preenche uma sala quando uma notícia trágica é compartilhada. Falo do silêncio verdadeiro, aquele que surge quando os pensamentos cessam, quando a mente se aquieta e o mundo se revela como ele é, sem filtros ou interpretações.
Quantas vezes, no meio do caos diário, você se permitiu parar de pensar e apenas ser? A verdade é que estamos tão ocupados com o ruído — externo e interno — que raramente nos conectamos com a realidade. E isso nos custa caro.
Hoje, quero te convidar para algo diferente. Não quero apenas que você leia este texto, mas que sinta o que ele te propõe. Vamos juntos explorar as ilusões que nos afastam de nós mesmos, reconhecer o poder do presente e lembrar que a realidade, assim como a nossa essência, está sempre disponível, esperando apenas que a percebamos.
O Silêncio como Portal para a Realidade
Se você fala o tempo todo, como pode ouvir o que o outro tem a dizer? Essa pergunta simples carrega em si uma grande verdade. Vivemos em um mundo onde o barulho domina nossas vidas. Mesmo quando o ambiente ao nosso redor é silencioso, nossas mentes insistem em preencher o vazio com pensamentos, preocupações e diálogos internos intermináveis.
E aí está o problema: quando estamos sempre pensando, estamos desconectados da realidade. Estamos ouvindo apenas a nós mesmos.
A realidade não é algo que pode ser capturado por palavras ou conceitos. Não importa o quanto tentemos explicá-la, ela sempre escapa. O que é real só pode ser experimentado diretamente. E essa experiência só acontece no silêncio, no espaço entre um pensamento e outro.
Mas você já percebeu como evitamos esse espaço? Por que temos tanto medo de simplesmente parar, calar a mente e ouvir o que o silêncio tem a nos dizer? Talvez seja porque, no fundo, sabemos que o silêncio nos confronta com a verdade. E, muitas vezes, a verdade não é confortável.
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As Ilusões que Criamos: Dinheiro, Ego e o Passado
Vivemos cercados de ilusões. Uma das maiores é a ideia de que dinheiro é riqueza. Sim, o dinheiro é útil — ele mede o valor de coisas, assim como centímetros medem o comprimento ou gramas medem o peso. Mas ele não é riqueza real.
Você não pode comer dinheiro, nem se aquecer com ele em uma noite fria. No entanto, muitos de nós passamos a vida acumulando dinheiro, como se ele fosse um fim em si mesmo. Não percebe que, ao fazer isso, está trocando o essencial pelo superficial?
Outra ilusão poderosa é o ego. Quem você pensa que é? Provavelmente, sua resposta envolve o que te disseram que você é: seu nome, sua profissão, sua história. Mas será que isso é realmente você? Ou será apenas um papel que você desempenha, uma máscara que usa para interagir com o mundo? Quando nos identificamos apenas com essa ideia de “eu”, nos sentimos limitados, pequenos, vulneráveis. E é aí que o medo da morte aparece, porque acreditamos que, quando essa máscara cair, tudo acabará.
E depois, há o tempo, esse grande truque da mente. Estamos sempre presos ao passado ou ansiosos pelo futuro, como se o presente fosse apenas uma linha fina entre esses dois extremos. Mas o presente não é um ponto; é tudo o que existe. Não há passado, exceto em sua memória. Não há futuro, exceto em sua imaginação. Então, por que insistimos em viver fora do agora? Será que é porque o agora nos pede algo que o passado e o futuro não pedem: presença?
O Despertar: Você é o Criador do Agora
A verdade, ainda que difícil de aceitar, é que somos nós os criadores da nossa realidade. Mas, em vez de assumirmos isso, preferimos passar a responsabilidade adiante. Culpamos nossos pais, a sociedade, as circunstâncias. “Ah, minha mãe não me criou direito.” “Meu chefe não me valoriza.” “A vida é injusta.” Mas será que essas desculpas não são apenas formas de evitar a responsabilidade?
Imagine por um momento que você é Deus disfarçado, experimentando o mundo através de si mesmo. Como isso muda a forma como você vê a vida? E se você parasse de esperar que algo ou alguém te salvasse e começasse a criar o agora que você deseja? Pode parecer uma ideia radical, mas talvez seja exatamente disso que precisamos. Assumir que somos responsáveis pelo que vivemos — e que também somos capazes de mudar.
A criação começa aqui, neste momento. Não no passado, não no futuro, mas agora. E quando percebemos isso, todas as ilusões caem. Não precisamos mais nos esconder atrás de desculpas ou máscaras. Podemos simplesmente ser.
Conclusão: O que restaria de você se deixasse de lado as ilusões e as desculpas?
O que restaria de você se deixasse de lado o barulho, as ilusões e as desculpas? Essa é a pergunta que quero deixar para você. Porque, no fundo, a resposta já está aí, esperando para ser reconhecida.
Não somos nossos pensamentos, nem nossas posses, nem nossas histórias. Somos a consciência que observa tudo isso, o espaço no qual tudo acontece.
E esse espaço só pode ser encontrado no silêncio. Então, por que não começar agora? Apenas respire, sinta, ouça. A realidade está te esperando. Você está pronto para abraçá-la?