Seu cérebro pode se conectar e sincronizar com o cérebro de outra pessoa! Já parou para pensar se conversar com alguém pela primeira vez pode ser um exercício cerebral intenso? Pois bem, um estudo recente da Universidade Waseda, no Japão, revelou que interagir com desconhecidos em tarefas colaborativas pode sincronizar a atividade cerebral mais do que entre amigos próximos.
Isso mesmo! Esqueça aquela ideia de que só sentimos uma conexão forte quando já conhecemos bem a pessoa. Ao que parece, a novidade e o desafio de interagir com alguém pela primeira vez deixa nossos cérebros ligadinhos, trabalhando duro para captar as pistas e se coordenar com o outro.
Neste artigo, você vai descobrir:
Nossas experiências no mundo e a conexão com os outros são profundamente influenciadas pelas interações sociais. Conversas, tarefas colaborativas e relacionamentos íntimos afetam diretamente a atividade cerebral, promovendo a coordenação neural tanto dentro do nosso próprio cérebro (sincronização intracerebral) quanto entre os cérebros de diferentes indivíduos (sincronização intercerebral).
Cientistas da Universidade Waseda, no Japão, publicaram um estudo na revista “Scientific Reports” em fevereiro de 2024, revelando que tarefas interativas de cooperação entre indivíduos com laços sociais fracos (pares de estranhos) resultam em uma atividade cerebral mais sincronizada do que entre indivíduos com laços sociais fortes (pares de conhecidos).
LEIA TAMBÉM: Ouvir Palavras Relaxantes Faz Cérebro e Coração Vibrar em Harmonia
Para desvendar esse enigma, os pesquisadores recrutaram 14 pares de estranhos que se conheceram no experimento e 13 pares de conhecidos (onde um participante levava seu parceiro). Durante a experiência, os participantes precisavam bater um botão em ritmos opostos, usando fones de ouvido para ouvir tanto seus próprios cliques quanto os do parceiro. O objetivo era antecipar os movimentos do parceiro.
A atividade cerebral foi monitorada por meio de eletroencefalografia (EEG), com eletrodos colocados no couro cabeludo dos participantes. Quatro condições de batida foram analisadas: batida lenta com intervalo de 0,5 segundo, batida rápida com intervalo de 0,25 segundo, batida livre na frequência preferida e batida coordenada com um metrônomo a intervalos de 0,50 segundo (uma condição pseudo). O foco do estudo foi investigar como os sinais cerebrais se sincronizavam nas faixas de frequência theta (4-7 Hz), alfa (8-12 Hz) e beta (13-30 Hz).
A análise do EEG revelou que os pares de estranhos apresentaram maior sincronização intracerebral na faixa theta, em comparação com pares de conhecidos. Além disso, a rede neural dos estranhos, representada por meio de gráficos binários não direcionados, mostrou uma conectividade mais densa do que a dos conhecidos.
“Surpreendentemente, apesar de terem laços sociais mais fracos, os pares de estranhos demonstraram redes EEG intra e intercerebrais mais robustas do que os pares de conhecidos”, comenta o Dr. Yuto Kurihara, líder da pesquisa e pesquisador associado da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Waseda.
Os pesquisadores sugerem que a falta de familiaridade entre estranhos exige um processo mais intenso para prever as ações ou comportamentos do outro em uma tarefa colaborativa. Consequentemente, esse engajamento elevado leva a uma transferência mais eficiente de informações entre os nós intimamente conectados dentro da rede neural.
Essa descoberta destaca a importância dos laços sociais fracos na formação de relacionamentos sociais e no comportamento individual. Foi demonstrado que estranhos apresentam maior sincronização intra e intercerebral. A pesquisa destacou o potencial dos laços fracos para promover novas conexões e aprofundar a compreensão dos fundamentos neurais das interações sociais, segundo os autores do estudo.
Os resultados desse estudo desafiam a nossa noção preconcebida de que conexões sociais fortes levam automaticamente a uma maior sincronização cerebral. Embora a amizade e a intimidade sejam essenciais para o bem-estar emocional, interagir com pessoas novas pode oferecer um impulso cognitivo surpreendente.
Embora o estudo tenha se concentrado em uma tarefa colaborativa específica, as descobertas sobre a sincronização cerebral durante a interação com desconhecidos podem ser aplicadas a diversas situações da vida real.
Este estudo sobre a sincronização cerebral nos apresenta uma nova perspectiva sobre o valor das interações sociais com desconhecidos.
Enquanto os laços fortes proporcionam apoio e conforto, os laços fracos oferecem um estímulo cognitivo e emocional inesperado. Quando você sai da sua zona de conforto e se conecta com pessoas novas, você pode fortalecer o seu cérebro, aprimorar suas habilidades sociais e abrir portas para novas oportunidades.
Então, na próxima vez que tiver a chance de conversar com alguém que você não conhece, lembre-se: essa interação pode ser mais benéfica para o seu cérebro do que você imagina.
Referências:
"Seu propósito na vida é encontrar um propósito e dedicar a ele todo o seu…
Já parou para pensar como seria viver em um mundo onde a felicidade não fosse um evento…
Você já se perguntou por que, mesmo exausto, o sono parece fugir, enquanto sua mente…
Confira o Significado Espiritual dos Problemas de Ouvido: O Que Seu Corpo Está Tentando Revelar?…
O significado espiritual da endometriose vai além dos sintomas físicos. Imagine que seu útero guarda emoções, memórias…
Quantas vezes você já buscou alívio para aquela dor de cabeça, só para vê-la retornar,…