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Sonda Chang’e-6 da China Pousa no Lado Oculto da Lua

A China alcançou um marco histórico com o pouso da sonda lunar não tripulada Chang’e-6 no lado oculto da Lua. Esta missão de 53 dias visa coletar amostras de rochas e solo de uma área raramente explorada, um feito sem precedentes na exploração espacial mundial.

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Sonda Chang’e-6 da China pousará no lado oculto da Lua em 2024. Foto: Administração Espacial Nacional da China

Sonda Chang’e-6: Um Salto Tecnológico na Exploração Espacial

O pouso da Chang’e-6 eleva a posição da China como uma potência espacial em meio à corrida global para explorar a Lua. Países como os Estados Unidos também têm planos ambiciosos de explorar minerais lunares para sustentar missões de longa duração e estabelecer bases lunares na próxima década. O professor Martin Barstow, da Universidade de Leicester, destacou a grandiosidade do feito chinês: “Pousar na Lua já é um desafio, mas fazê-lo no lado oculto, onde as comunicações são extremamente difíceis, é uma conquista técnica enorme”.

Para superar as dificuldades de comunicação com o lado oculto da Lua, onde não é possível se comunicar diretamente com a Terra, a China utilizou outras espaçonaves em órbita lunar para retransmitir comandos e receber dados.

Coleta de Amostras em Terreno Inexplorado

A missão da Chang’e-6 inclui a coleta de cerca de 2 kg de amostras de rochas e solo de uma região dentro de uma das crateras mais antigas da Lua, conhecida como bacia do Polo Sul-Aitken. Após a coleta, a sonda enfrentará o desafio de lançar as amostras de volta à Terra, algo nunca antes realizado a partir do lado oculto da Lua.

O lado oculto da Lua, também chamado de “lado escuro” por não ser visível da Terra, atrai grande interesse científico. O professor Mahesh Anand, da Open University, acredita que a análise dessas amostras lunares com métodos modernos pode trazer novos insights sobre a formação e evolução da Lua e do sistema solar. O professor Neil Bowles, da Universidade de Oxford, complementa: “A bacia do Polo Sul-Aitken é uma estrutura de impacto enorme, que possivelmente expôs material das profundezas da crosta lunar”.

Sonda Chang’e-6 e as Revelações Científicas Promissoras

A agência de notícias Xinhua informou que a coleta das amostras será concluída em dois dias, utilizando um braço robótico e perfurações no solo lunar. O professor Barstow enfatiza a importância científica desta missão: “Nunca obtivemos amostras do lado oculto antes. Essa região possui um terreno mais montanhoso e rochoso, sem as ‘marés’ de material vulcânico que encontramos no lado visível”.

Para a professora Katherine Joy, da Universidade de Manchester, acessar amostras do lado oculto da Lua é uma oportunidade incrível: “Elas podem solucionar muitos mistérios científicos sobre por que os lados visíveis e ocultos da Lua são tão diferentes”.

A Nova Corrida Espacial

Historicamente dominada pelos Estados Unidos e Rússia, a corrida espacial agora vê a ascensão de novos competidores, como China, Japão e Índia. Enquanto isso, os Estados Unidos planejam uma missão tripulada à Lua em 2026, e a China espera realizar a sua até 2030, além de planejar a criação de uma base lunar habitada.

Washington expressou preocupações de que o programa espacial chinês possa estar ocultando objetivos militares e uma tentativa de estabelecer domínio no espaço.

Para o Dr. Simeon Barber, da Open University, as amostras coletadas pela Chang’e-6 podem oferecer insights valiosos sobre nossas próprias origens: “Desde sua formação, a Lua tem acompanhado nosso planeta, acumulando um registro de partículas do espaço. O retorno dessas amostras do lado oculto fornece novas peças para decifrarmos a história compartilhada da Lua e da Terra, e as condições que permitiram a evolução da vida em nosso planeta”.

Com cada avanço, a exploração lunar não apenas enriquece nosso conhecimento científico, mas também pavimenta o caminho para o futuro da humanidade no cosmos.

Fonte: The Guardian

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